Vamos pensar em duas realidades: o conhecer-se e o deixar ser conhecido.

No conhecer-se está a auto aceitação, seu sexo, seu corpo, sua história, defeitos e qualidades, pecados, tendências, reações, necessidades, etc. No deixar ser conhecidoestá como as pessoas me veem, a preocupação com o que pensam, medos de ser autêntico diante das pessoas, vergonha, etc.

Todos temos referências que trazemos na vida, boas e ruins. Trazemos uma ideia ou imagem do que gostaríamos de ser e o que acreditamos que deveríamos ser. Quanto mais achamos estar próximos do jeito que idealizamos, temos a autoestima mais equilibrada, do contrário, ficamos frustrados e a autoestima ficará baixa.

O que pensamos a nosso respeito, ou seja, nossa autoimagem, influencia cada parte da nossa história, exerce grande influência em nossos relacionamentos interpessoais e no desempenho profissional.

Alguns de nós, crescem em ambientes e com pessoas, onde não existe o amor e deste modo também não há respeito, compreensão, paciência, zelo, etc.  Acabamos nos tornamos introvertidos demais, agressivos, único modo talvez de ganhar espaço, de chamar atenção ou porque talvez tenha sido essa a maneira como foi criado, portanto, foi o que aprendeu.

É importante lembrar que estamos em constantes mudanças, não somos os nossos traumas. Temos e somos, possibilidade e tentativas, superação e recomeço.

Não podemos nos preocupar com o que os outros pensam de nós, e sim com o que somos diante de Deus. Precisamos aprender a nos ver como Deus nos vê e assumir sermos filhos amados de Deus, que somos Sua imagem e semelhança

São Paulo na carta aos Romanos (12,3) nos ensina:

Pela graça que me foi dada, recomendo a cada um de vós: ninguém faça de si uma ideia muito elevada, mas tenha de si uma justa estima, de acordo com o bom senso e conforme a medida da fé que Deus deu a cada um.”

Precisamos entender que o nosso valor não está naquilo que temos ou fazemos, e sim em nós como pessoa, com os nossos dons e talentos. A primeira coisa é identificar em nós o que realmente somos. Quem sou eu? Qual a minha história? Nessa busca de conhecimento de nós mesmos é que vamos atingindo a maturidade de reconhecer esses dons e talentos recebidos e também nossos limites e fraquezas. Dificilmente alguém se torna maduro e livre se não encara a própria realidade.

Não importa a opinião das pessoas, as formas do seu corpo, se é rico ou pobre, se estudou ou não, se está velho ou novo, se teve uma vida difícil, importa que na busca de se conhecer profundamente, podemos experimentar Deus trabalhando em nós, nos ensinado a encarar a nossa vida, a superar o que passou e criar coragem mudar tudo o que pode ser mudado e como diz Pe. Adriano Zandona em um artigo que li:

 “Eis o desafio e a oportunidade de nos compreendermos amados e aceitos no que somos. Esse é um caminho difícil, mas o fazemos acompanhados: dirigidos pelo infinito Amor, que dá sentido às nossas perdas e nos sustenta em nossas lutas. Assim seremos mais autênticos e livres na existência e poderemos construir nosso futuro com escolhas sábias e pautadas no amor”


Camilla Ohya de Lima Pavaneli

Camilla é Cofundadora da Comunidade Missão Filhos de Maria.