Padre Pio foi uma das pessoas mais extraordinárias que já pisaram esta terra. Nasceu em 25/05/1887, em Pietrelcina na Itália; recebe o nome de Francesco Forgione, membro de uma família muito humilde e muito católica, filho de Grazio Forgione e Maria Giuseppa Di Nunzio, nosso estimado Santo tinha seis irmãos.

Aos 06 anos de idade não perdia uma Santa Missa, rezava o Terço todos os dias, amava fazer caridade, apaixonado por São Francisco, se compadecia com os mais necessitados. Seus pais quando o observavam já sabiam que era um garoto diferente. Foi nessa idade que começou a vivenciar suas primeiras experiências místicas espirituais e as aparições de Jesus, de Nossa Senhora e seu anjo da guarda eram frequentes.  Essas aparições eram tão frequentes que na inocência de criança, para ele pareciam ser absolutamente normais, ficou admirado quando, conversando com seu confessor, soube que as pessoas não Os viam.

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Com 12 anos, recebe a 1º Comunhão e a crisma ao mesmo tempo, como era o costume da época. Em 06/01/1902, com 15 anos de idade entra para o convento e adota o nome de Frei Pio, em 1904, com 17 anos, faz votos simples e em 1907, com 20 anos professa os votos solenes e aos 23 anos se ordena sacerdote na Catedral de Benevento.

Por motivos de saúde, passou por vários conventos, até que em 04/09/1916 chega a San Giovanni Rotondo, sobre o Monte Gargano, onde viveu até seu falecimento em 23/09/1968, com 81 anos de idade.

Em 02 de maio de 1998, o Papa São João Paulo II beatifica Padre Pio, sendo o dia 23 de setembro, data de sua morte, o dia escolhido para ser celebrada sua festa.

Sua Canonização ocorreu em 16 de junho de 2002, mais de 300.000 pessoas lotaram a praça de São Pedro, sob um sol escaldante, para ouvir o Papa São João Paulo II proferir as seguintes palavras:

Em honra da Santíssima Trindade, pela exaltação da fé Cristã, com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, e da nossa, após longa consideração, tendo invocado frequentemente a assistência Divina e tendo ouvido a opinião de muitos de nossos irmãos no episcopado, declaramos e definimos o Beato Padre Pio de Pietrelcina como Santo”.

A seguir conferimos a homilia do Santo Padre São João Paulo II

HOMILIA DO PAPA SÃO JOÃO PAULO II

Domingo, 16 de Junho de 2002

1. “O Meu jugo é suave e o Meu fardo é leve” (Mt 11, 30).

As palavras dirigidas por Jesus aos discípulos, que acabamos de ouvir, ajudam-nos a compreender a mensagem mais importante desta solene celebração. De facto, podemos considerá-las, num certo sentido, como uma magnífica síntese de toda a existência do Padre Pio de Pietrelcina, hoje proclamado santo.

A imagem evangélica do “jugo” recorda as numerosas provas que o humilde capuchinho de San Giovanni Rotondo teve que enfrentar. Hoje contemplamos nele como é suave o “jugo” de Cristo e verdadeiramente leve o seu fardo quando é carregado com amor fiel. A vida e a missão do Padre Pio testemunham que as dificuldades e os sofrimentos, se forem aceites por amor, transformam-se num caminho privilegiado de santidade, que abre perspectivas de um bem maior, que só Deus conhece.

2. “Quanto a mim, Deus me livre de me gloriar a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo” (Gl 6, 14).

Não é porventura precisamente a “glorificação da Cruz” o que mais resplandece em Padre Pio? Como é actual a espiritualidade da Cruz vivida pelo humilde Capuchinho de Pietrelcina! O nosso tempo precisa de redescobrir o valor para abrir o coração à esperança.

Em toda a sua existência, ele procurou conformar-se cada vez mais com o Crucificado, tendo clara consciência de ter sido chamado para colaborar de modo peculiar na obra da redenção. Sem esta referência constante à Cruz não se compreende a sua santidade.

No plano de Deus, a Cruz constitui o verdadeiro instrumento de salvação para toda a humanidade e o caminho proposto explicitamente pelo Senhor a todos aqueles que desejam segui-l’O (cf. Mc 16, 24). O Santo Frade do Gargano compreendeu isto muito bem, e na festa da Assunção de 1914 escreveu: “Para alcançar a nossa única finalidade é preciso seguir o Chefe divino, o qual, unicamente pelo caminho que ele percorreu deseja conduzir a alma eleita; isto é, pelo caminho da abnegação e da Cruz” (Epistolário II, pág. 155).

3. “Eu sou o Senhor, que exerço a misericórdia” (Jer 9, 23).

Padre Pio foi um generoso dispensador da misericórdia divina, estando sempre disponível para todos através do acolhimento, da direcção espiritual, e sobretudo da administração do sacramento da Penitência. O ministério do confessionário, que constitui uma das numerosas características que distinguem o seu apostolado, atraía numerosas multidões de fiéis ao Convento de San Giovanni Rotondo. Mesmo quando aquele singular confessor tratava os peregrinos com severidade aparente, eles, tomando consciência da gravidade do pecado e arrependendo-se sinceramente, voltavam quase sempre atrás para o abraço pacificador do perdão sacramental.

Oxalá o seu exemplo anime os sacerdotes a realizar com alegria e assiduidade este ministério, muito importante também hoje, como desejei recordar na Carta aos Sacerdotes por ocasião da passada Quinta-Feira Santa.

4. “Senhor, és tu o meu único bem”.

Cantamos assim no Salmo Responsorial. Através destas palavras o novo Santo convida-nos a pôr Deus acima de tudo, a considerá-lo como o nosso único e sumo bem.

De facto, a razão última da eficácia apostólica do Padre Pio, a raiz profunda de tanta fecundidade espiritual encontra-se na íntima e constante união com Deus de que eram testemunhas eloquente as longas horas passadas em oração. Gostava de repetir: “Sou um pobre frade que reza”, convencido de que “a oração é a melhor arma que possuímos, uma chave que abre o coração de Deus”. Esta característica fundamental da sua espiritualidade continua nos “Grupos de Oração” por ele fundados, que oferecem à Igreja e à sociedade o admirável contributo de uma oração incessante e confiante. O Padre Pio unia à oração também uma intensa actividade caritativa, da qual é uma extraordinária expressão a “Casa Alívio do Sofrimento”. Oração e caridade, eis uma síntese muito concreta do ensinamento do Padre Pio, que hoje é proposto a todos.

5. “Bendigo-Te, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque… estas coisas… as revelaste aos pequeninos” (Mt 11, 25).

Como se mostram apropriadas estas palavras de Jesus, quando as pensamos referindo-as a ti, humilde e amado Padre Pio.

Nós pedimos-te que nos ensines também a nós a humildade do coração, para sermos conservados entre os pequeninos do Evangelho, aos quais o Pai prometeu revelar os mistérios do seu Reino.

Ajuda-nos a rezar sem nunca nos cansarmos, com a certeza de que Deus conhece aquilo de que precisamos, ainda antes que nós o peçamos.

Obtém-nos um olhar de fé capaz de reconhecer imediatamente nos pobres e nos que sofrem o próprio rosto de Jesus.

Ampara-nos no momento do combate e da prova e, se cairmos, faz com que conheçamos a alegria do sacramento do Perdão.

Transmite-nos a tua terna devoção a Maria, Mãe de Jesus e nossa mãe.

Acompanha-nos na peregrinação terrena rumo à Pátria bem-aventurada, onde também nós esperamos chegar para contemplar eternamente a Glória do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Amém!

© Copyright 2002 – Libreria Editrice Vaticana (Texto da homília retirado do site do Vaticano. Acesso em 15/10/2020 http://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/homilies/2002/documents/hf_jp-ii_hom_20020616_padre-pio.html